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PREGAÇÕES:Pecadores nas mãos de um Deus irado - Jonathan Edwards

Este ano aceitável do Senhor que é um dia de grandes misericórdias para alguns, sem dúvida será um dia de extremo castigo para outros.

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sábado, 1 de setembro de 2012

A. W. Tozer - Um profeta do século 20.

“Penso que minha filosofia seja esta: tudo está errado até que Deus endireite.”

Esta afirmação do Dr. A. W. Tozer resume perfeitamente a sua crença e o que ele tentou realizar durante seus anos de ministério. Sua pregação e seus livros concentraram-se inteiramente em Deus. Ele não tinha tempo para mercenários religiosos que inventavam novas formas para promover suas mercadorias e subir nas estatísticas. Tozer marchou ao ritmo de uma batida diferente e, por esta razão, normalmente não acompanhava os passos de muitas das pessoas que participavam de desfiles religiosos.

No entanto, foi esta excentricidade cristã que nos fez amá-lo e apreciá-lo. Ele não tinha receio em apontar o que era errado. Nem hesitou em dizer como Deus poderia endireitar todas as coisas. Se é que um sermão pode ser comparado à luz, então, A. W. Tozer emitia raios laser do púlpito, um feixe de luz que penetrava o nosso coração, exauria nossa consciência, expunha nossos pecados e nos fazia clamar: “O que devo fazer para ser salvo?” A resposta era sempre a mesma: entregar-se a Cristo; procurar conhecê-lo de forma pessoal; crescer para tornar-se como Ele.

Aiden Wilson Tozer nasceu em Newburg (naquele tempo conhecida como La Jose), Pensilvânia, Estados Unidos, em 21 de abril de 1897. Em 1912, sua família deixou a fazenda e foi para Akron, Ohio; e, em 1915, ele se converteu a Cristo. No mesmo instante passou a levar uma vida fervorosa de devoção e testemunho pessoal. Em 1919, começou a pastorear a Alliance Church, em Nutter Fort, West Virginia. Também pastoreou igrejas em Morgantown, West Virginia; Toledo; Ohio; Indianapolis, Indiana; e, em 1928, foi para a Southside Alliance Church, em Chicago. Ali, ministrou até novembro de 1959, quando tornou-se pastor da Avenue Road Church, em Toronto, no Canadá. Um ataque cardíaco, em 12 de maio de 1963, pôs fim àquele ministério, e Tozer foi chamado para a Glória.

Tozer alcançou um número maior de pessoas por intermédio de suas obras do que por suas pregações. Grande parte do que escreveu era refletido na pregação de pastores que alimentavam a alma com as palavras de Tozer. Em maio de 1950, foi nomeado editor de The Alliance Weekly, agora conhecida como The Alliance Witness, que provavelmente foi a única revista religiosa a ser adquirida graças, sobretudo, aos seus editoriais. Certa vez, o Dr. Tozer, em uma conferência na Evangelical Press Association (Associação da Imprensa Evangélica), censurou alguns editores que praticavam o que ele chamava de “jornalismo de supermercado” – duas colunas de propagandas e uma nota de material para leitura. Era um escritor exigente e tão duro consigo mesmo quanto com os outros.

O que há nas obras de A. W. Tozer que nos prende a atenção e nos cativa? Primeiro, ele Tozer escrevia com convicção. Não estava interessado nos cristãos superficiais de Atenas que estavam à procura de algo novo. Tozer mergulhou novamente nas antigas fontes e nos chamou de volta às veredas do passado, tendo plena convicção e colocando em prática as verdades que ensinava.

Tozer era um místico cristão em uma época pragmática e materialista. Ele ainda nos convida a ver aquele verdadeiro mundo das coisas espirituais que transcendem o mundo material que tanto nos atraem. Suplica para que agrademos a Deus e nos esqueçamos da multidão. Ele nos implora que adoremos a Deus de modo que nos tornemos mais parecidos com Ele. Como esta mensagem é desesperadamente necessária em nossos dias!

A. W. Tozer recebeu a dádiva de compreender uma verdade espiritual e erguê-la para a luz para que, como um diamante, cada faceta fosse observada e admirada. Ele não se perdeu nos pântanos da homilética; o vento do Espírito soprava e ossos mortos reviviam. Suas obras eram como graciosos camafeus cujo valor não se avalia por seu tamanho. Sua pregação se caracterizava pela intensidade espiritual que penetrava no coração do ouvinte e o ajudava a ver Deus. Feliz é o cristão que possui um livro de Tozer à mão quando sua alma está sedenta e ele sente que Deus está longe.

Tozer, em suas obras, nos entusiasma tanto sobre a verdade que nos esquecemos de Tozer e tratamos de pegar a Bíblia. Ele mesmo sempre dizia que o melhor livro é aquele que faz o leitor parar e pensar por si mesmo. Tozer é como um prisma que concentra a luz e depois revela sua beleza.

Fonte: Adaptado da Introdução do livro O Melhor de Tozer, vol. 2.

terça-feira, 26 de junho de 2012

TRECHOS DO LIVRO DESCOBRINDO O DOM PROFÉTICO DE MIKE BICKLE


Capítulo 5

Deus Ofende a Mente para
Revelar o Coração

          A introdução do ministério profético em nossa igreja foi difícil para mim porque eu desprezava o comportamento excêntrico de algumas das pessoas que Deus usava. Tinha dificuldade, também, em aceitar alguns dos seus métodos insólitos, totalmente estranhos a toda minha formação evangélica e experiência anterior.
          Não era apenas o ministério profético que me incomodava; as outras manifestações do Espírito Santo, também, geralmente contrariavam meu senso de ordem e respeito. Antes que pudesse caminhar junto com o que Deus queria fazer conosco, como igreja, eu precisava lidar com aquilo que ofendia minha razão.
          Nós, cristãos, criamos uma série de pressuposições religiosas sobre como Deus lida conosco. Ele é cavalheiro, dizemos, alguém que nunca arromba a porta, mas polidamente aguarda do lado de fora, batendo com educação e esperando pacientemente.
          Pensamos do Espírito Santo como alguém extremamente tímido ou sobressaltado. Se quisermos que o Espírito Santo aja, é necessário ficar parados e quietos. Se um bebê chorar, de acordo com alguns, o Espírito Santo pode se retirar ou talvez se assustar. Isto parece ridículo, mas muitas pessoas, tanto pentecostais como evangélicos tradicionais, vivem sob pressupostos como esse.
          Paulo instruiu os coríntios a não proibir línguas ou profecia, mas que tudo fosse feito “com decência e ordem” (1 Co 14.40). Nossa equipe de liderança tem se empenhado muito em criar uma atmosfera em que o livre fluir dos dons espirituais aconteça em “decência e em ordem”.
          Mas alguns têm interpretado a instrução de Paulo, para advertir às pessoas que agem na carne, de maneira a sugerir que o Espírito Santo só opera nos parâmetros estabelecidos por nosso senso de ordem e respeitabilidade. Não foi assim que ocorreu no Antigo Testamento, nem na Igreja Primitiva, nem nos avivamentos ao longo da história.
          Duas coisas são claras. Primeiro, o Espírito Santo não parece estar muito preocupado com nossa reputação.
          O derramamento do Espírito Santo não contribuiu muito para edificar a reputação daqueles que esperavam naquele cenáculo. “Estes homens não estão bêbados, como vocês supõem”, disse Pedro. Algumas pessoas, quando cheias do Espírito, parecem estar bêbadas. Posso imaginar Pedro pregando seu sermão em Atos 2, enquanto ele mesmo ainda sentia alguns dos santos efeitos do êxtase dos céus.
          Pedro dirigiu seu primeiro sermão aos forasteiros que estavam em Jerusalém para a festa de Pentecostes. Muitos destes ficaram maravilhados e perplexos ao ouvirem louvores a Deus em suas próprias línguas (At 2.8-12).
          Mas Pedro também pregou aos mais religiosos de todos, os fariseus hebraicos da Judéia que, ao serem ofendidos em suas mentes, zombaram deles dizendo: “Eles beberam vinho demais” (v.13). O comportamento dos discípulos pode ter parecido totalmente incompreensível aos olhos dos líderes religiosos, no entanto, tratava-se da obra do Espírito Santo.
          Um segundo fato sobre o modo como o Espírito trata conosco é este: Contrariando a imagem que temos dele, de educação, timidez e cavalheirismo, Ele intencionalmente escandaliza as pessoas.
          Deus agradou-se em ofender os gentios pela loucura do Evangelho e em fazer os judeus tropeçarem no escândalo da cruz (1 Co 1.21-23). Paulo advertiu os gálatas que se começassem a exigir a prática da circuncisão, como queriam os judeus, então “o escândalo da cruz foi removido”. A implicação é que o evangelho, pelo próprio desígnio de Deus, às vezes escandaliza.


                       A Ofensa Intencional


          Um bom exemplo de como Deus ofende intencionalmente as pessoas está em João 6. Jesus havia alimentado cinco mil pessoas com a multiplicação dos peixes e dos pães. Agora esperavam que o Messias provasse sua divindade através de grandes sinais, algo maior do que multiplicar pão ou curar pessoas. Estavam antecipando mais comparável a abrir o Mar Vermelho, fender o Monte das Oliveiras ou trazer fogo dos céus. Perguntaram a Jesus:

Que sinal miraculoso mostrarás para que o vejamos e creiamos em ti? Que farás? Os nossos antepassados comeram o maná no deserto (Jo 6.30-31a).

          Em outras palavras, estavam pedindo que Jesus fizesse algo como fazer cair maná dos céus novamente. Jesus não fez o sinal que queriam, mas respondeu dizendo:

Eu sou o pão vivo que desceu do céu (v. 51a). Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia (vv. 53-54).

Jesus ofendeu seu raciocínio teológico ao dizer que Ele era o pão vivo que desceu do céu (Jo 6.33-35). Ofendeu suas expectativas ao se recusar a realizar o sinal que queriam (Mt 12.39-40). E ofendeu seu senso de sabedoria e dignidade ao sugerir que comessem sua carne e bebessem seu sangue (Jo 6.53-54).
A primeira reação deles foi criticá-lo (Jo 6.41). Depois “começaram a discutir exaltadamente entre si” (v. 52). Até mesmo seus discípulos ficaram perplexos e disseram: “Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?” (v. 60).
Consciente de suas murmurações, Jesus perguntou: “Isso os escandaliza?” (v. 61). Por estarem escandalizados em suas mentes, até muitos de seus discípulos voltaram atrás e deixaram de seguir o Filho de Deus (v. 66).
Em toda a Bíblia, Deus é revelado como aquele que escandaliza e confunde os que julgam ter decifrado todos os enigmas e os que estão amarrados em suas tradições e expectativas de como Deus opera. Pode-se dizer que são pessoas que sofrem de “endurecimento de coração”. As palavras de Isaías são citadas várias vezes no Novo Testamento (veja 1 Pe 2.8 e 1 Co 1.23):

Ele será ... uma pedra de tropeço, uma rocha que faz cair (Is. 8.14a).

Jesus conhecia seus corações – sabia que a maioria amava suas tradições mais do que a Deus. Ele também sabia que aqueles que voltaram atrás em João 6 o estavam seguindo antes por motivos misturados. Ao ofender intencionalmente suas mentes, Ele estava revelando seus corações.
Ao ofender as pessoas com seus métodos, Deus revela o orgulho, a auto-suficiência e a falsa obediência escondidos no coração das pessoas.
O general Naamã, comandante das tropas sírias, tinha a doença da lepra. No seu desespero, foi procurar um profeta de Deus em Israel. Israel era inimigo militar da Síria.
Mas Eliseu apenas enviou uma mensagem a Naamã, dizendo: “Vá e lave-se sete vezes no rio Jordão; sua pele será restaurada e você ficará purificado” (2 Rs 5.10). O profeta nem mesmo se deu ao trabalho de sair de sua casa e ver este homem que viera de tão longe. Desnecessário dizer que Naamã, um proeminente líder militar na Síria, ficou tão ofendido que disse:

“Não são os rios Abana e Farfar, em Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Será que não poderia lavar-me neles e ser purificado?” E foi embora dali furioso (v. 12).

Conheço algumas pessoas desagradáveis que fazem questão de ofender as pessoas. A ofensa da parte de Deus, ao contrário, é redentora. Ele ofende a mente das pessoas para revelar o que está no coração. A Bíblia ensina que Deus dá graça aos humildes e resiste aos soberbos (Pv 3-34; Tg 4-6; 1 Pe 5.5-6). Lidar com o obstáculo do orgulho de Naamã era o primeiro e essencial passo para sua cura, que ele recebeu quando foi humildemente obediente às palavras de Eliseu.


             Ofendido Pelas Pessoas Que Deus Usa

Paulo escreveu que Deus ofende as pessoas, não apenas por sua mensagem, mas também por seus mensageiros:

Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é, a fim de que ninguém se vanglorie diante dele (1 Co 1.27-29).

Entendo que o contexto deste princípio (a ofensa intencional por parte de Deus) se refere a questões muito mais amplas do que profetas esquisitos e manifestações excêntricas. Mas nestes casos, o princípio pode ser aplicado claramente.
Enquanto estava pastoreando em Saint Louis, a idéia de que Deus ofende a mente para revelar o que está no coração tornou-se muito real para mim. Preguei sobre isso várias vezes. Pensei que Deus estava nos preparando para um derramamento do Espírito Santo, que incluiria várias coisas incomuns. Cria fortemente na vontade e no poder de Deus para curar os enfermos. Pensei que talvez houvesse algumas curas inusitadas. Eu não tinha nenhuma experiência com o ministério profético como o conheço hoje.
Em retrospectiva, vejo que Ele estava me preparando para não me escandalizar com a excentricidade dos profetas que eu conheceria nos meses seguintes em Kansas City.


   Ofendido pela Excentricidade dos Métodos Proféticos


          Algumas pessoas são “diferentes” por sua própria personalidade e cultura, mas Deus os chamou assim mesmo. Outros são levados a fazer coisas estranhas em função de seu chamado e ministério proféticos.
          Comparados ao sujeito normal que trabalha numa fábrica, ali no seu bairro, alguns profetas podem parecer bem excêntricos. Levei um bom tempo para me acostumar com algumas de suas idiossincrasias que, no princípio, ofendiam muito a minha mente. A verdade é que algumas de suas idiossincrasias ainda me irritam, mas aprendi a passar por cima disto, a fim de receber as bênçãos de Deus através destes servos dele.
          Quando conheci Bob Jones, eu estava plenamente convencido que ele não era de Deus. Não tinha desejo nenhum de falar novamente com ele. Eu tinha muito pouca experiência com pessoas proféticas e nenhuma conclusão teológica sobre o assunto. Entretanto, minha firme convicção era que ele só podia ser um falso profeta.
          Hoje me surpreende lembrar como tinha conclusões definitivas sobre assuntos que não entendia, nem experimentara. Acho que isso se chama orgulho. Ao olhar para trás, vejo que um dos principais fatores que me influenciaram era o fato de Bob parecer e agir de forma tão estranha.
          Ela falava constantemente em parábolas. Eu sabia que Deus também fala em parábolas, mas o que ele falava era realmente estranho. Bob me contava histórias simbólicas, cheias de ilustrações para os quais eu não tinha interpretação alguma. Depois, ainda dizia que Deus lhe havia contado aquelas parábolas. Eu não tinha nenhuma base ou ponto de referência para fundamentar sua alegação de que Deus fala de modo tão abstrato às pessoas hoje.
          Seu estilo ministerial não parecia nada que eu tivesse visto anteriormente. Ele falava de sentir o sopro do Espírito ou que suas mãos ficavam aquecidas durante a ministração.
          Ele falava como uma pessoa sem cultura. Sua aparência era tal que jamais podia ser acusado de vaidade ou de ser dominado pela moda. De vez em quando, a camisa ou as calças que usava eram muito curtas. Às vezes, sua barriga aparecia quando ficava de pé e, quando se sentava, suas calças subiam uns oito centímetros acima das meias.
          Estas coisas sobre Bob Jones de algum modo me ofendiam – sua aparência, sua linguagem, sua revelação e seu estilo ministerial. Inicialmente, não conseguia imaginá-lo como um genuíno profeta de Deus e nem podia acreditar que era inspirado pelo Deus da Bíblia. Só depois de ver a precisão das suas palavras proféticas, com o passar de algum tempo, pude finalmente começar a aceitar seu estranho estilo ministerial. Seu amor por Jesus e pelas Escrituras também se tornaram muito evidentes. No fim, acabei me afeiçoando a ele. Há várias coisas que devemos ter em mente ao examinarmos métodos proféticos.


                       Pessoas Desequilibradas


          Algumas pessoas desequilibradas estão simplesmente tentando parecer estranhas, por causa de conceitos errados que têm a respeito do ministério profético. Eles se empolgam com a idéia de profetas excêntricos e agem intencionalmente fora da normalidade. Supõem que sua estranheza os tornará mais ungidos.
          Não creio que só porque alguém é profeta, esta pessoa deva necessariamente agir de maneira estranha ou ser perseguida. Algumas pessoas procuram uma desculpa nisto para fazer toda espécie de coisa, alegando que ninguém poderá entendê-las a não ser que também tenha unção profética. Não aceito isso, nem por um segundo.
          Algumas pessoas gostam da excentricidade de Bob Jones e tentam imitá-la, porque acham que representa espiritualidade quando, na verdade, são aspectos de sua própria personalidade e criação. Às vezes, métodos estranhos são apenas estranhos. Não é um caso de Deus ofendendo a mente das pessoas, mas apenas do profeta possuir um método e um estilo incomum. Tais coisas precisam ser corrigidas jeitosamente, no caso do profeta querem funcionar em reuniões públicas.


                          Os Profetas são Solitários?


          A Bíblia fala de “grupos” ou “discípulos” de profetas (1 Sm 10.10; 2 Rs 4.1e 5.22). Isto nos lembra que há uma dimensão coletiva para se desenvolver os dons proféticos entre o povo de Deus. Não é sempre necessário que um profeta ouça de Deus isoladamente, para depois entregar esta palavra em público. Outros cristãos mais maduros podem ajudar os que têm menos experiência a acurar sua audição e discernimento espirituais, quando se desenvolve o ministério profético na igreja como todo.


                Estilos Ministeriais Não Convencionais


          Estilos não convencionais não invalidam necessariamente a mensagem de um profeta. Não ignore algo, simplesmente porque é incomum.
          Não havia nenhum precedente no Antigo Testamento para que Paulo enviasse seus lenços aos enfermos (At 19.12), ou para Jesus aplicar barro nos olhos de um cego. Jesus nos disse para julgarmos os frutos de um profeta, não sua metodologia – a menos, obviamente, que estes métodos violem claramente um texto ou princípio bíblico (Mt 7.15-20).
          Se as pessoas têm um histórico de profecias acuradas, você pode levá-la mais a sério, mesmo que sua metodologia pareça um pouco heterodoxa. Às vezes, sua “metodologia” nada mais é que seguir instruções do Espírito Santo. Levou um certo tempo para que cada membro de nossa equipe de profetas alcançasse credibilidade entre nós. Pessoas que não têm dons proféticos comprovados não parecem ter tanta latitude com outros cristãos para fazerem coisas não convencionais.


                            Processo de Correção


          Os pastores precisam tomar cuidado de não corrigir as pessoas abruptamente, especialmente em reuniões públicas. Devemos lidar com elas em amor; primeiramente, porque são importantes para Deus e, depois, porque se não as corrigirmos de maneira correta, os outros não sentirão confiança de avançar em fé e ministrar na igreja.
          Em nossa igreja, usamos uma série de passos corretivos. Se alguém profetiza algo que, no nosso discernimento, é carnal, deixamos passar a primeira vez, a menos que seja claramente antibíblico ou de natureza destrutiva. As pessoas precisam ter espaço para errar, sem o temor de que alguém os corrigirá tão rápido.
          Se o problema ocorre novamente, então conversamos com a pessoa com bastante jeito e sugerimos que use um pouco mais de autocontrole. Se acontecer pela terceira vez, pedimos em particular que não o faça mais, advertindo que da próxima vez a interromperemos publicamente. Se for repetido novamente, confrontamos a questão publicamente.
          Neste caso, explicamos publicamente todo o processo que usamos. Isto ajuda as pessoas a entender que a correção não foi abrupta e dura. Dizemos à congregação que esta pessoa foi instruída e advertida várias vezes. Os demais membros precisam estar seguros de que não serão publicamente repreendidos sem prévios avisos.
          A maioria das pessoas realmente quer abençoar a outros sob a ordem de Deus. Comunicar todo o processo publicamente evita que as pessoas tenham medo de avançar em fé e reforça o fato de que a liderança da igreja tratará diretamente com este tipo de situação.


                           O “Agora” do Espírito


          O ministério profético não pode ser um fim em si mesmo. Seu propósito é sempre reforçar e promover algo maior e mais valioso do que a si mesmo. Como já mencionei, um dos impactos significativos do ministério profético na Metro Christian, em Kansas City, foi o fortalecimento de nossa perseverança e do nosso compromisso com a intercessão por um avivamento na cidade e na nação.
          As pessoas se perdem quando se permitem estar mais focadas nos meios inusitados da mensagem do que no propósito de Deus, por meio daquela mensagem. Não importa se a mensagem vem de um profeta cinco estrelas, que tem confirmações do tipo “mover montanhas”, ou se é algo que simplesmente parece bom a todos os envolvidos. A mensagem é sempre mais importante que o método.
          Quando falo sobre nutrir e supervisionar o ministério profético na igreja local, o objetivo é sempre o que Deus quer realizar por meio do profético; não queremos simplesmente promover vasos proféticos. A experiência tem demonstrado que a própria essência do ministério profético é alertar a igreja para a importância do “agora” na ação do Espírito Santo. Ele nos desperta para a vontade e o propósito de Deus para nós no presente – o que Ele quer fazer especificamente em nós e através de nós.
          Este aspecto do presente é um complemento à outra dimensão de nossa fé e relacionamento com Deus, que está firmada para sempre – a obra de Jesus na cruz e as Escrituras. Enquanto os dons proféticos nos revelam a “palavra do agora” (como alguns dizem), os pastores e mestres fortalecem nossos alicerces na Palavra de Deus, firmada para sempre nos céus.
          Amo ambas estas dimensões. Amo doutrina e teologia, especialmente teologia sobre a beleza e a majestade dos atributos de Deus. Também anseio pela manifestação da presença e do propósito de Deus, revelados em nosso meio através daqueles que são mais dotados de dons proféticos. Quem pode estar satisfeito com uma religião estática, que funciona, quer Deus esteja ativamente presente, quer não esteja? O cristianismo genuíno é tanto é consistente na doutrina como vibrante na experiência.
          O lado subjetivo de nossa fé sempre deve ser minuciosamente analisado à luz do lado objetivo, mas ambos são essenciais. Deus sempre trabalha para unir a Palavra e o Espírito em nossas vidas. Alguém disse, certa vez: “Quando temos a Palavra sem o Espírito, secamo-nos. Quando temos o Espírito sem a Palavra, explodimo-nos. Mas quando temos a Palavra e o Espírito juntos, amadurecemo-nos.”
          Nosso desejo é por Deus e não apenas por conhecimento acerca dele. Tenho sede do vento fresco do Espírito, soprando em nossos corações e em nosso meio.
          Nutrir e supervisionar o ministério profético entre nós é apenas uma preocupação secundária – um meio para se atingir um fim. Minha real preocupação é nutrir e administrar o livre e fresco mover do Espírito Santo nas vidas de todos os membros da nossa igreja.
          O “problema”, como você já deve saber, é que não se pode prever, administrar ou controlar o mover do Espírito Santo. Não podemos impor nossos programas, nossas expectativas preconcebidas e nossas demandas sobre a soberania de Deus, que se manifesta através do Espírito Santo.


         Ofendido com o Derramamento do Espírito Santo


          As pessoas são escandalizadas de diversas maneiras pelo Senhor. Alguns se escandalizam até pela própria mensagem da cruz. Há aqueles que se ofendem pelo tipo de pessoa que Deus usa. Outros se ofendem com a maneira que o Espírito Santo age. Eu não estava preparado para manifestações inusitadas do Espírito, mas estava ainda menos preparado para as pessoas incomuns que Deus iria acrescentar à nossa equipe.
          Quando o poder do Espírito Santo é derramado, isto se dá, às vezes, de maneiras inesperadas; conseqüentemente, pode ser ridicularizado e rejeitado. No primeiro Grande Despertamento da América, como no dia de Pentecostes, várias coisas estranhas aconteceram.
          Em outubro de 1741, o reverendo Samuel Johnson, na época deão substituto da Universidade Yale, tinha reservas quanto ao avivamento que estava varrendo a Nova Inglaterra, liderado pelo pregador itinerante, George Whitefield. Ele escreveu uma carta ansiosa para um amigo na Inglaterra:

Este novo entusiasmo, resultado da pregação de Whitefield pelo país, está bem disseminado aqui na Universidade (Yale)... Muitos estudantes foram contaminados por ele, e dois dos candidatos deste ano tiveram seu diploma negado, por conta de seus esforços desordeiros e incansáveis para propagá-lo... Temos agora avançando aqui entre nós a mais estranha e inexplicável onda de entusiasmo, talvez de todas as épocas ou nações. Pois não apenas a mente de muitas pessoas fica impactada com tremenda angústia, ao ouvirem os medonhos gritos destes pregadores itinerantes, mas até mesmo seus corpos são freqüentemente afetados, de uma hora para outra, pelas mais estranhas convulsões, agitações e contrações involuntárias, que às vezes atingem até mesmo aqueles que vão como meros espectadores.¹

A esposa de Jonathan Edwards, Sarah, também foi profundamente afetada pelo poder e pela presença do Espírito Santo. Em suas próprias palavras, ela descreveu como foi tomada pela presença de Deus, num período de tempo que durou mais de dezessete dias, de tal forma que perdia todas suas forças e ficava prostrada. Em outras ocasiões, não conseguia se conter e pulava e gritava de alegria.²
Jonathan Edwards era um defensor do mover do Espírito, mas esta maneira extrema em que as pessoas eram afetadas foi demais para os conservadores líderes da Nova Inglaterra. Sua respeitabilidade foi ofendida, e passaram a condenar completamente o movimento, principalmente por causa do excessivo entusiasmo e das manifestações nada convencionais do poder do Espírito.
O doutor Sam Storms ingressou na nossa equipe em agosto de 1993, como Presidente de Grace Training Center (Centro de Treinamento Graça), nosso instituto bíblico de período integral em Kansas City. O Dr. Storms formou-se no Seminário Teológico de Dallas (no Texas) e obteve um Ph.D. em história intelectual, na Universidade do Texas em Dallas. Sam era um pouco cético acerca destes manifestações espontâneas e explosivas das pessoas, supostamente causadas pelo Espírito Santo.
Na Conferência das Igrejas Vineyard, em abril de 1994 em Dallas, seu ceticismo acabou. Sam estava no fundo do auditório quando o poder do Espírito Santo caiu sobre ele. Primeiro, começou a orar e a chorar, enquanto o Senhor ministrava às necessidades mais profundas de seu coração. Pouco depois disto, ele abruptamente pulou de sua cadeira e começou a rir histericamente, apesar de todos seus esforços desesperados para se controlar.
No final da conferência, ele ainda estava enfraquecido pela presença de Deus. Finalmente, suas forças retornaram e alguns de nós ajudaram Sam a se levantar para ir ao carro. Mas no estacionamento aconteceu novamente. Sam caiu repetidamente, correndo o risco de estragar suas roupas requintadas.
Vinte minutos depois, conseguimos levá-lo ao refeitório, onde o poder de Deus o atingiu novamente. Quando pensamos que já havia passado tudo, chegamos ao quarto do hotel e percebemos que Sam não estava entre nós. Ele ainda estava nas escadas, incapacitado pelo poder de Deus.
O fruto do encontro de Sam com o Espírito Santo foi uma fé renovada, uma reverência maior pelo poder de Deus e algo que o apóstolo Pedro descreveu como “alegria indizível e gloriosa” (1 Pe 1.8).


            Bem-aventurados São Aqueles Que Não Se                                             Escandalizam


          Em diversas ocasiões, tanto os fariseus quanto os discípulos não conseguiram compreender Jesus e, conseqüentemente, ambos ficaram ofendidos.
          Geralmente, pensamos nos fariseus como pessoas muito más. Na verdade, eram os conservadores intelectuais e defensores da fé, que tinham na ortodoxia sua arma contra a influência corruptora da cultura grega. Sua pedra de tropeço era o orgulho que tinham na integridade de suas interpretações da lei (tradição dos anciãos). Estavam contentes com sua ortodoxia, mas não tinham fome do próprio Deus.
          Os discípulos ficaram ofendidos também. Nos Evangelhos Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), podemos ver uma linha contínua de profunda incapacidade, por parte dos discípulos, de entender o que estava acontecendo.
          Aqueles que se escandalizaram e que se afastaram de Jesus, quando Ele disse “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (Jo 6.51a), não eram fariseus, mas seus discípulos (seguidores que não faziam parte do grupo dos doze). Apesar de ter ensinado com grande sabedoria e operado alguns milagres em sua própria cidade, seus amigos “ficavam escandalizados por causa dele” (Mt 13.57).
          A palavra grega mais usada no Novo Testamento para “escandalizar” é também traduzida como “tropeçar”. É a palavra skandalizo, de onde se deriva a palavra escândalo, em português. Deus até escandaliza ou ofende a mente de seu próprio povo. Ao ofender a mente das pessoas, Ele revela aquelas coisas no seu coração que os faz tropeçar. Jesus é revelado na Bíblia como o Caminho, a Verdade, o Pão da Vida e a Porta. Ele também é “uma pedra de tropeço, uma rocha que faz cair” (Is 8.14).
          O que mais vem à luz num coração escandalizado é a falta de fome por Deus e a falta de humildade. Ao olhos de Deus, estas são duas características muito importantes do coração.
          Nem o funcionamento do ministério profético neotestamentário, nem o ministério sobrenatural do Espírito Santo são ciências exatas. São áreas que desafiam nosso indevido senso de controle e nossos paradigmas religiosos. Foram designados por Deus exatamente para este propósito!
          Verdadeiro cristianismo é uma relação dinâmica com o Deus vivo e não pode ser reduzido a fórmulas e ortodoxia estéril. Nosso chamamento é para abraçar o mistério de Deus e não cobiçar uma conveniente e racional explicação para cada doutrina ou questionamento que encontramos. Nossa sede por uma relação pessoal com o próprio Deus deve ser muito mais forte do que este impulso interior de querer compreender perfeitamente cada fato.
          Nossa humildade diante de Deus deve nos ensinar que nunca teremos todas as respostas, ao menos não nesta era. Já não é muito fácil conviver conosco do jeito que as coisas são agora. Enquanto estivermos neste corpo carnal, acredito que possuirmos onisciência (todas as respostas) não nos tornaria melhores neste sentido.


                 Orgulho Religioso de Auto-suficiência


          Jesus trata diretamente com a raiz da auto-satisfação e do orgulho religioso:

Vocês estudam cuidadosamente as Escrituras, porque pensam que nelas vocês têm a vida eterna. E são as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida. Eu não aceito glória dos homens, mas conheço vocês. Sei que vocês não têm o amor de Deus (Jo 5.39-42).

Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único? (v. 44).

Estes judeus religiosos foram enganados ao achar que seu conhecimento das Escrituras e sua associação com a comunidade religiosa eram equivalentes ao conhecimento de Deus. Entretanto, na verdade, recusavam-se teimosamente a ter um relacionamento pessoal com Deus através de seu representante pessoal, Jesus. Orgulhavam-se de seu conhecimento das Escrituras, enquanto rejeitavam o autor das Escrituras.
Quando o Senhor estava começando a desafiar Michael Sullivant a caminhar dentro do seu chamado profético, ele teve um dramático sonho espiritual que tocou nestas áreas do seu coração. O Senhor lhe apareceu, olhou-o nos olhos e disse: “Você está esperando para me obedecer, até que tenha planos compreensíveis. Quero que me obedeça sem ter planos compreensíveis.”
Enquanto Michael estava ajoelhado diante de Jesus, um pilha de transparências saiu de sua barriga e foi parar em suas mãos. Ele entendeu que estas transparências representavam seus próprios planos, que o Senhor via claramente. Michael se sentiu envergonhado e profundamente triste; inclinou sua cabeça e começou a chorar e a se arrepender. Dizia: “Senhor, não quero desobedecer-lhe.”
Depois disso, ele olhou para o Senhor em meio às suas lágrimas, e Jesus estava sorrindo para ele.
Para entregar sua vida a este chamado, Michael teve que passar por alguns tratamentos de Deus bem severos, em relação ao seu intelectualismo e auto-confiança em seu ministério e estilo de relacionar-se com pessoas. Estes tratamentos incluíram repreensões em particular e até mesmo um grau de humilhação pública para ajudá-lo a humilhar-se perante o Senhor.
Há alguns anos, quando Michael era o pastor líder na Metro Vineyard Fellowship, o Senhor retirou sua unção de pregação pastoral e ensino por um tempo. Esta mudança ficou óbvia para quase todos na igreja e levou-o a uma mudança de função, em que não precisava pregar tão freqüentemente.
Poucos dias depois disso, Paul Cain, que não sabia nada do que estava acontecendo, profetizou publicamente a Michael e sua esposa, Terri, que a intenção de Deus era “mudar sua vocação” e guiá-lo por um caminho profético. Ele os assegurou que as mudanças que haviam ocorrido não eram um rebaixamento, mas um plano designado para trazer maior glória a Deus através de suas vidas.
Todos nós devemos aceitar de bom grado qualquer coisa que for necessária para estabelecer e experimentar uma relação mais íntima com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Deus coloca diante de nós algumas pedras de tropeço estratégicas, no evangelho e no nosso caminhar com o Espírito, a fim de testar nosso coração. Se estivermos sedentos por Deus e humildes de coração, estas pedras de tropeço, na verdade, se tornam pedras de apoio que nos ajudam a caminhar em direção aos seus propósitos para as nossas vidas.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Paz, Prosperidade e o Retorno da Glória - Bob Jones

“A glória desta última casa [com o seu sucessor, ao qual Jesus veio] será maior do que o anterior, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz e prosperidade, diz o Senhor dos Exércitos.” (Ageu 02:09)

2012 O Retorno da Glória de Deus para a Igreja

Este é o ano em que a glória retorna para a igreja. Quarenta e dois anos atrás a Bob foi dito que Deus estava removendo a Sua glória da igreja e escrevendo Ichabod sobre isto. Ichabod significa claramente "a glória tem passado." (I Sam.4: 21) Bob perguntou ao Senhor por que Ele estava removendo-a. O Senhor disse que o homem tinha comercializado para benefício próprio. O homem tocou a glória de Deus e ele não irá compartilhá-lo com ninguém! O Senhor disse que Bob viveria para ver o retorno da glória e a partir desse momento Bob tem acreditado que isto tomaria lugar em 2012.

O Trem da Glória

Em setembro de 2009, (em um transe) Bob estava a bordo de um trem com muitos outros pastores. Cada um tinha um assento especial designado pelo Espírito Santo. Bob perguntou ao condutor "o que é esse trem?" O Condutor disse a Bob que era o trem da glória e entregou-lhe uma cápsula do tempo que tinha a forma de um ovo. O ovo tinha vida nova nele! Ele continha o início e o fim do tempo. Bob perguntou ao Condutor "quando eu posso abrir o ovo e quando este trem vai chegar?" O Condutor disse que o tempo estava dentro do ovo e o ovo vai ser aberto em 2012.

Paz e Prosperidade

29 de dezembro de 2011 a Bob foi dado Ageu 2:9 e dito que paz e prosperidade seriam dadas aos crentes na igreja. Para aqueles que conhecem seu Deus eles vão conhecer a paz e prosperidade de Deus durante um tempo de julgamento. Será o melhor dos tempos para aqueles que conhecem a Deus e pior dos tempos para aqueles que não.

Glória traz Separação

Sobre qual extensão da glória que virá nós não sabemos, mas Bob tem acreditado por 42 anos que iniciará este ano. A glória vai trazer uma grande separação entre ovelhas e cabras. Deus vai separar as ovelhas dos cabritos por sí só, com uma só mão. Há uma separação das ovelhas e cabras este dia entre as nações. A ovelha você verá pastar graciosamente em cima dos montes elevados de Deus e se tornará rica e sábia, enquanto as cabras caem na beira. As cabras vão continuar a ser sujas, enquanto a ovelha move-se mais próxima de Deus. Somos chamados a andar com Deus e ser Seus pastores de ovelhas.

A Glória de Deus Surge

Neste dia de muita devastação, você verá a glória de Deus estendida para o crente. O dia da glória de Deus está chegando como a fumaça dos escombros que limpa e nós veremos a glória de Deus surgir das cinzas do amontoado. Sua glória será exibida enquanto os santos saem em amor, alegria e verdade. Eles vão mostrar o amor de Deus e estender a cura para os fracos, e fracos de coração. Não mais o homem duvidará do amor de Deus nem Seu poder.

O crente descansará na paz de Deus e prosperar na plenitude da Sua permanente glória enquanto a glória retorna à Sua Igreja.


Tradução: Marcus Vinicius Costa Santos

quarta-feira, 28 de março de 2012

Trechos do livro Quando o céu invade a terra de Bill Johnson


Uma Figura do Antigo Testamento

Israel deixou o Egito quando o sangue de um cordeiro foi derramado e aplicado nos umbrais de cada uma de suas casas. Do mesmo modo, fomos libertos do pecado quando o sangue de Jesus foi aplicado em nossas vidas. Os israelitas logo chegaram ao Mar Vermelho. A passagem deles em meio aquela massa de água foi interpretada como sendo o batismo de Moisés. Semelhantemente, passamos pelas águas do batismo depois da nossa conversão. Quando os judeus finalmente entraram na terra prometida, eles atravessaram um rio: um outro batismo.

Este segundo batismo não representa a libertação do pecado. Isso foi representado quando eles saíram do Egito. Este novo batismo os levariam a um novo modo de vida. Por exemplo, eles fizeram guerras antes de atravessarem o rio, e as venceram. Mas depois que passaram pelo rio Jordão, suas guerras seriam travadas de modo diferente. Agora eles poderiam andar em torno de uma cidade em silencio por alguns dias e, por fim, ao fazerem um clamor com gritos veriam os muros ruir. Posteriormente os israelitas tiveram a experiência do desafio que foi enviarem primeiro um coro, antes da batalha. E também um dia Deus propositadamente dispensou mais de trinta mil soldados, mandando-os voltar para casa, para que Ele pudesse lutar a guerra com apenas trezentos tocadores de trombeta portando tochas de fogo.

O Senhor faz da Terra Prometida uma realidade, e nós pagamos o preço para nela viver. Ele nos dará o Seu batismo de fogo se Lhe dermos algo que valha a pena ser queimado.
O batismo do Espírito Santo é o cumprimento na figura do Antigo Testamento referente à entrada na Terra Prometida. Suponhamos que os filhos de Israel tivessem decidido atravessar o Jordão, mas se satisfizessem em permanecer às margens daquele rio. Eles teriam, antes de mais nada, perdido o objetivo daquela travessia. Havia nações para destruir e cidades para tomar posse. A satisfação fora dos propósitos de Deus significaria para eles que teriam que aprender a conviver com seus inimigos. É exatamente isso que acontece quando o crente é batizado no Espírito Santo, mas nunca vai além de falar em línguas. Quando nos satisfazemos fora do propósito final de Deus, que é estabelecer o seu domínio, aprendemos a tolerar o inimigo em alguma área da nossa vida. Por mais glorioso que o dom de línguas seja, ele é apenas uma porta de entrada para uma vida de poder. Esse poder nos foi dado para despojarmos as fortalezas do inferno e delas tomarmos posse, para a glória de Deus.

O valor da Presença do Espírito

Bem mais do que qualquer outra coisa, é o próprio Espírito Santo o maior dom que recebemos. Aqueles que descobrem o valor da Sua presença entram em esferas de intimidade com Deus nunca antes consideradas possíveis. A partir desse relacionamento vital surge um ministério de poder que anteriormente era apenas um sonho. O que é incompreensível torna-se possível porque Ele está conosco.
Eu serei contigo é a promessa feita por Deus a cada um de seus servos. Moisés ouviu isto quando aceitou o desafio de libertar Israel do Egito. Josué recebeu esta promessa quando liderou a entrada de Israel na Terra Prometida. Quando Gideão recebeu o chamado de Deus para ser libertador de Israel, Deus selou Sua palavra com a mesma promessa. No Novo Testamento, esta promessa veio a todos os crentes através da Grande Comissão. Ela torna-se vital quando Deus nos pede para fazer algo que humanamente é impossível. É importante vermos isso. É a presença de Deus que estabelece a ponte entre nós e o que é impossível. Costumo dizer ao meu pessoal: “Ele está em mim para o meu bem, mas Ele está sobre mim para bem de vocês.” Sua presença torna tudo possível! Deus não precisa fazer experiências para realizar algo sobrenatural. Ele é sobrenatural. Ele teria que fazê-las para não o ser. Se Ele é convidado para uma situação, não devemos esperar nada menos que uma invasão sobrenatural


O avivamento é o ambiente em que o poder de Cristo tem maior possibilidade de se manifestar. Esse poder toca em todas as partes da vida humana, penetrando com muita força na sociedade com centelhas de uma revolução. Esta glória tem um custo, e não é para ser desprezado. Não obstante, uma igreja sem poder tem um custo bem maior em termos de sofrimento humano e perdas de almas. Durante um avivamento, o inferno é saqueado e o céu é povoado. Sem avivamento, o inferno é povoado – e ponto final.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Pastor Youcef Nadarkhani: carta a cristãos do mundo inteiro

Pastor Youcef Nadarkhani corre o risco de ser executado por apostasia no Irã. Ele escreveu esta carta na prisão em janeiro de 2011, poucos meses depois de receber o veredicto por escrito confirmando sua sentença de morte. O pastor permanece preso em Rasht, sob a ameaça de uma execução que pode acontecer a qualquer momento

Leia abaixo as palavras de perseverança do pastor e lembre-se de interceder por ele.

"Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo”.

Portanto, tambem nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos foi proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Hebreus 12:1-2.

Quando alguém compreende a revelação da verdade, essa pessoa estará disposto a compartilhá-la com outras pessoas e com as gerações futuras. Somos gratos às pessoas que, no passado, lutaram pela Verdade, que nos permitem ter acesso a esta gloriosa revelação de Jesus Cristo. Esses crentes entenderam a riqueza e a beleza da revelação, e estavam prontos para lutar a fim de passar adiante o fruto da revelação.

Como podemos dar frutos semelhantes para a vida eterna? Depende esolhas que fizermos. Primeiro temos que fechar os ouvidos para a voz das trevas, como está escrito no salmo primeiro: Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Salmo 1:1.

A segunda coisa é abrir os nossos ouvidos à voz do Espírito falando através da Palavra de Deus, como está escrito: Mas o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Salmo 1:2.

O fruto da A comunhão com o Senhor através da Sua Palavra Vivificante é o que garante a estabilidade nesta vida e impacta a vida de outros gerando frutos eternos, como dizem as Escrituras: E ele será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará. Salmo 01:03.

"Um passo de fé"

Muitas pessoas admiram Jesus como um modelo único a ser seguido por gerações, muitos gostariam de imitá-lo. Jesus não veio para ser apenas admirado, mas nos trouxe um modelo perfeito a ser seguido. Se queremos ser como Ele, precisamos dar um passo de fé, como Pedro. Quando Pedro viu o seu Senhor andando sobre o mar furioso, ele pediu para ir ao encontro de Jesus sobre as águas. Então Jesus disse: "Vem!".

Todos quanto escolheram seguir o Senhor, de alguma forma ouviram antes uma ordem D’ele, dizendo: "Vem!" Uma ordem que implica um passo de fé. Como é evidente nas Escrituras, aquilo que somos capazes de ver não é fé. A fé é bíblicamente definida como: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem."

Temos que dar um passo de fé "apesar das dificuldades" ", a fim de experimentar o poder de Deus. Mas precisamos lembrar que tudo deve ser feito de acordo com a Palavra de Deus. Pedro não experimentou a possibilidade de andar sobre as águas porque ele simplesmente decidiu abandonar o barco, mas por causa da Palavra, da Ordem do Senhor. A Palavra de Deus nos diz que "deveremos passar por dificuldades" e desonra por causa do Seu Nome. A nossa fé não será genuina se ignorarmos estas palavras, se não manifestarmos a paciência do Senhor em nossos sofrimentos. Qualquer um que ignora-las será envergonhado naquele dia.

É bom lembrar que muitas vezes o passo de fé nos coloca diante de algumas dificuldades. Assim como a Palavra levou os filhos de Israel a sair do Egito e os colocou diante de um obstaculo chamado Mar Vermelho. Essas dificuldade se colocam entre as promessas de Deus e cumprimento delas e servem para desafiar e fortalecer a nossa fé. Os crentes devem aceitar esses desafios como uma parte de sua caminhada espiritual. O Filho foi desafiado no Calvário, no caminho mais difícil, como está escrito nas Escrituras: "Durante os dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão; Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu ". Hebreus 5:7-8.

O clamor "Eli, Eli, lamá sabactâni?" É suficiente para expressar os sofrimentos de nosso Senhor no Calvário. Por trás desse pedido de socorro, podemos identificar a grande fé que o levou a aceitar a vontade do Pai. Sim, Ele sabia que Deus não permitiria que "seu Santo sofresse decomposição”, e que, em três dias, ele ressuscitaria dentre os mortos. Além do poder da morte, o Senhor enxergou o poder da ressurreição vitoriosa.

Eu não preciso escrever mais nada sobre a base da fé. Lembremo-nos que indenpendente de momentos bons ou ruins, apenas três coisas permanecem: a Fé, a Esperança e o Amor. É importante para os cristãos se certificarem que tipo de fé, esperança e amor permanecerão. Somente o que recebemos de acordo com a Palavra permanecerá para sempre. Eu quero encoraja-lo a viver de forma digna do chamado da Santa Palavra. Permitam irmãos, vocês que são herdeiros da glória de Cristo, serem exemplos para outros, a fim de ser um testemunho do poder de Cristo para o mundo.

Peço-lhes que vivam segundo a Palavra de Deus, a fim de rejeitar as ações das trevas que geram dúvidas em seus corações. A verdadeira vitória que elimina as dúvidas, vem pelo ouvir a Palavra de Deus com fé.

Somente uma igreja baseada nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo subexistirá, longe do auxilio e da proteção da Palavra de Deus o devorador o destrurá.

Vamos dar um Testemunho Santo. "

Seu irmão em Cristo,

Youcef Nadarkhani


Fonte 
http://www.portasabertas.org.br

quarta-feira, 14 de março de 2012

Pecadores nas Mãos de um Deus Irado - Jonathan Edwards

“... A seu tempo, quando resvalar o seu pé” (Deuteronômio 32.35).

Nesse versículo os ímpios e incrédulos israelitas, que eram o povo visível de Deus, e que viviam debaixo de Sua graça, são ameaçados com a vingança do Senhor. Apesar de todas as obras maravilhosas que Deus operara em favor desse povo, este permanecia sem juízo e destituído de entendimento, como está escrito no versículo 28. e mesmo sob todos os cuidados do céu produziram fruto amargo e venenoso, conforme verificamos nos dois versículos anteriores.

A declaração que escolhi para meu texto, "A seu tempo, quando resvalar o seu pé", parece subentender as seguintes questões, relativas à punição e destruição que aqueles ímpios israelitas estavam sujeitos a sofrer:

1. Que eles estavam sempre expostos à destruição , assim como está sujeito a cair todo aquele que se coloca de pé, ou anda por lugares escorregadios. A maneira como serão destruídos vem aí representada pelo deslize de seus pés. A mesma citação encontramos no 

Sl 73.18-19, "Tu certamente os pões em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição".

2. Faz supor também que estavam sempre sujeitos a uma súbita e inesperada destruição, à semelhança daquele que anda por lugares escorregadios e a qualquer instante pode cair. O ímpio não consegue prever se, num momento, ficará de pé, ou se, em seguida, cairá. Quando cai, cai subitamente, sem aviso, como está escrito, também, no
 Sl 73.18-19, "Tu certamente os põe em lugares escorregadios, e os fazes cair na destruição. Como ficam de súbito assolados! Totalmente aniquilados de terror!"

3. Outra coisa implícita no texto é que os ímpios estão sujeitos a cair por si mesmos, sem serem derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se detém ou anda por terrenos escorregadios não precisa mais do que seu próprio peso para cair por terra.

4. E também a razão pela qual ainda não caíram, e não caem, é por não haver chegado ainda o tempo determinado pelo Senhor. Pois está escrito que quando este tempo determinado, ou escolhido, chegar, seu pé irá resvalar. E então serão entregues à queda, para a qual já estão predispostos por causa do próprio peso. Deus não os susterá mais em lugares escorregadios, mas vai deixá-los sucumbir. Então, nesse exato momento, cairão em destruição, à semelhança daqueles que transitam em terrenos escorregadios, à beira de precipícios, e não conseguem se manter de pé sozinhos,caindo imediatamente e se perdendo ao serem abandonados.

Eu insistira agora num exame maior das seguintes palavras: não há nada, a não ser a boa vontade de Deus, que impeça os ímpios de caírem no inferno a qualquer momento.


Por mera boa vontade de Deus, me refiro à sua vontade soberana, ao seu livre arbítrio, o qual não é restringido por nenhuma obrigação, nem tolhido por qualquer tipo de dificuldade. Em última análise, sob qualquer aspecto, nada, exceto a vontade de Deus, tem poder para preservar os ímpios da destruição por um instante sequer.
A verdade dessa observação transparecerá nas seguintes considerações:

1. Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer momento. A mão dos homens não é suficientemente forte quando Deus se levanta. O mais forte deles não tem poder para resistir-lhe, e ninguém consegue se livrar de suas mãos. Ele não só pode lançar os ímpios no inferno, como pode fazê-lo com a maior facilidade. Muitas vezes, uma autoridade terrena encontra grande dificuldade em dominar um rebelde, o qual acha meios de se fortalecer e se tornar mais poderoso pelo número de seguidores que alicia. Mas com Deus não é assim. Não há força que resista ao seu poder. Mesmo que as mãos se unam, e que enormes multidões de inimigos do Senhor juntem suas forças e se associem, serão todos facilmente despedaçados. São como montes de palha seca e leve diante de um furacão, ou como grande quantidade de restolho perto de chamas devoradoras. Nós achamos fácil pisar e esmagar uma lagarta que se arrasta pelo chão. Achamos fácil também cortar ou chamuscar um fio de linha fino que segura alguma coisa. Então, é simples para Deus, quando lhe apraz, lançar seus inimigos no inferno profundo. Quem somos nós, que imaginamos poder resistir Àquele ante cuja repreensão a terra treme, e perante quem as pedras tombam?

2. Eles merecem ser lançados no inferno. Assim, a justiça divina não se interpõe no caminho dos ímpios; nem faz objeção pelo fato de Deus usar seu poder para destruí-los a qualquer momento. Muito pelo contrário, a justiça fala assim da árvore que produz frutos maus: "... pode cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra?" (Lc 13.7). A espada da justiça divina está o tempo todo erguida sobre suas cabeças, e somente a mão de absoluta misericórdia e a mera vontade de Deus podem detê-la.

3. Os ímpios já estão debaixo da sentença de condenação ao inferno. Eles não só merecem ser lançados ali, mas a sentença da lei de Deus, esse preceito de eterna e imutável retidão que o Senhor estabeleceu entre si mesmo e a humanidade, também se coloca contra eles, e assim os mantém. Portanto, tais homens já estão destinados ao inferno. "...o que não crê já está julgado." (Jo 3.18). Assim, todo impenitente pertence, verdadeiramente, ao inferno. Ali é o seu lugar, ele é de lá, como temos em João 8.23: "vós sois cá debaixo" e para lá é destinado. Este é o lugar que a justiçam, a Palavra de Deus e a sentença de sua lei imutável reservam para ele.

4. Assim sendo, eles são objetos da ira e da indignação de Deus, que se manifesta através dos tormentos do inferno. E a razão de não descerem ao inferno agora mesmo não é pelo fato do Senhor, em cujo poder se encontram, estar menos irado com eles no momento, ou, pelo menos, não tão encolerizado como está com aquelas miseráveis criaturas a quem ele atormenta no inferno, as quais experimentam e sofrem ali a fúria de sua indignação. Sim, Deus se acha muito mais furioso com um grande número de pessoas que está vivendo na terra agora, talvez de modo mais tranqüilo e confortável, do que com muitos daqueles que estão experimentando as chamas do inferno. Portanto, a razão porque Deus ainda não abriu a sua mão e os liquidou, não é por ele não se importar com suas iniqüidades, ou não se ofender. O Senhor não se parece com eles, embora pensem que sim. A fúria de Deus arde contra eles, sua condenação não demora. O abismo está preparado, o fogo está pronto, a fornalha incandescente está ardendo, pronta para recebê-los. As chamas vermelhas queimam. A espada luminosa foi afiada e pesa sobre suas cabeças. O inferno abriu a sua boca debaixo deles.

5. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para apoderar-se deles como coisa sua, no momento em que Deus o permitir. Eles lhe pertencem, suas almas encontram-se em seu poder e sob seu domínio. As Escrituras os apresentam como propriedade de satanás (Lc 11.21). Os demônios os espreitam, estão sempre ao seu lado, à sua direita, esperando por eles como leões esfaimados e enfurecidos que vêem a presa, aguardando a hora de agarrá-la, mas são restringidos por enquanto. Se Deus retirasse sua mão, a qual os refreia, eles cairiam sobre suas pobres almas num instante. A velha serpente está pronta a dar o bote. O inferno escancara sua boca para recebê-los. E se Deus permitisse, seriam rapidamente engolidos e consumidos.

6. Nas almas dos pecadores reinam aqueles princípios diabólicos que os faria arder agora mesmo no inferno, se não fosse a restrição imposta por Deus. Existe na própria natureza carnal do homem uma potencialidade alicerçando os tormentos do inferno. Há aqueles princípios corruptos que agem de maneira poderosa sobre eles, que só dominam completamente, e que são sementes do fogo do inferno. Esses princípios são ativos e poderosos, de natureza extremamente violenta, e se não fosse a mão restringidora do Senhor sobre eles, seriam logo destruídos. Iriam arder em chamas da mesma forma que a corrupção e a rebeldia fazem arder os corações das pessoas condenadas, gerando nelas os mesmos tormentos. As almas dos ímpios são comparadas nas Escrituras com o mar agitado (Is 57.20). Por enquanto Deus controla as iniqüidades deles pelo seu imenso poder, como faz com as ondas enfurecidas do mar, dizendo: "virão até aqui, mas não prosseguirão." Mas se Deus retirasse deles seu poder refreador, seriam todos tragados por elas. O pecado é a ruína e a miséria da alma. Ele é destrutivo pela própria natureza. E se Deus o deixasse sem controle, não seria preciso mais nada para tornar as almas humanas absolutamente miseráveis. A corrupção no coração do homem é algo cheio de fúria incontrolável e sem freio. Enquanto os pecadores viverem aqui, essa fúria será como fogo reprimido pelas restrições divinas. Ao passo que, se fosse liberada, incendiaria o curso natural da vida. E como o coração é um poço de pecado, este mesmo pecado iria imediatamente transformar a alma num forno incandescente ou numa fornalha de fogo e enxofre, caso não fosse restringido.

7. O fato de não haver sinais visíveis da morte por perto, não quer dizer que haja, por um momento, sequer segurança para os ímpios. O fato do homem natural ter boa saúde, de não prever que poderia deixar este mundo num minuto por um acidente, de não haver perigo visível à sua volta, nada disso lhe ser vê de segurança. Contínuas e inúmeras experiências humanas, em todas as épocas, nos mostram que não existem provas de que o homem não esteja à beira da eternidade, ou de que seu próximo passo não venha a ser no outro mundo. Os caminhos e meios, invisíveis e imprevistos, de chegar lá são incontáveis e inconcebíveis. Os homens não convertidos caminham por cima das profundezas do inferno, sobre uma superfície frágil onde existem varias áreas quebradiças, também invisíveis, as quais não conseguirão agüentar o seu peso. As flechas da morte voam ao meio-dia sem serem vistas. O olhar mais atento não pode distingui-las. Deus tem muitas maneiras diferentes e misteriosas de tirar os homens pecadores do mundo e despachá-los para o inferno. Não há nada que faça crer que o Senhor precise de ajuda de um milagre, ou que necessite se desviar do curso natural de sua providência para destruir qualquer pecador, a qualquer momento. Desde que todos os meios para fazer os ímpios deixarem este mundo estão de tal forma nas mãos de Deus, tão absoluta e universalmente sujeitos ao seu poder e determinação, segue-se que a ida dos pecadores para o inferno, a qualquer momento, depende simplesmente da vontade de Deus – quer usando meios ou não.

8. O cuidado e a prudência dos homens naturais em preservar suas vidas, ou o cuidado de terceiros em preservá-las, não lhes dá segurança por um momento sequer. A providência divina e a experiência humana testificam isso. Existem evidências claras de que a sabedoria dos homens não lhes é segurança contra a morte. Se não fosse assim, haveria uma diferença entre a morte prematura e inesperada de homens sábios e prudentes, e dos demais. Mas, o que realmente acontece? "Como morre o homem sábio? Assim como um tolo." (Ec 2.16).

9. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para escaparem do inferno não os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam a rejeitar a Cristo, e portanto permanecem ímpios. Quase todos os homens naturais que ouvem falar do inferno alimentam a ilusão de que vão escapar dele. Quanto a sua própria segurança, confiam em si mesmos. Vangloriam-se do que fizeram, do que estão fazendo e do que pretendem fazer. Cada um traça seu próprio plano, pensa em evitar a condenação, e se vangloria e que irá tramar tão bem todas as coisas que seu esquema, com certeza, não falhará. Na verdade, eles ouvem dizer que poucos se salvam, e que a maior parte dos homens que já morreram foram para o inferno; mas cada um deles se imagina capaz de planejar melhor a própria fuga, do que os outros puderam fazer. Dentro de si mesmos dizem que não pretendem ir para esse lugar de tormento, e que pretendem tomar todo o cuidado necessário, esquematizando as coisas de tal forma a não terem possibilidade de falhar.
Mas os insensatos filhos dos homens iludem-se miseravelmente quanto a seus próprios planos. A confiança que depositam na própria força e sabedoria é o mesmo que confiar na fragilidade de uma sombra. A maior parte daqueles que antes viveram debaixo da dispensação da graça, e agora estão mortos, sem dúvida alguma foram para o inferno. E não é por terem sido menos espertos do que os que ainda estão vivos, nem por terem planejado as coisas de tal forma que não lhes assegurou o escape. Se pudéssemos falar com eles, um a um, e perguntar-lhes se, quando vivos, esperavam ser vítimas de tamanha miséria, sem dúvida ouviríamos todos dizer: "Não, eu nunca pensei em vir para cá. Eu tinha esquematizado as coisas de maneira bem diferente. Pensei que iria conseguir algo melhor para mim, que meu plano era adequado. Pensei em me precaver melhor, mas tudo aconteceu de maneira tão repentina. Não esperava por isso naquela época, e nem daquela maneira. Mas tudo veio como um ladrão. A morte foi mais esperta que eu. A ira de Deus foi rápida demais para mim. Oh!, maldita insensatez! Eu me gabava, e me deleitava em sonhos vãos quanto ao que faria no futuro. E justamente quando eu mais falava de paz e segurança, me sobreveio uma súbita destruição."

10. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem a nenhuma promessa de manter o homem natural fora do inferno por um momento sequer. Ele não fez absolutamente nenhuma promessa de vida eterna, ou de libertação ou proteção da morte eterna, senão àquelas que estão contidas na aliança da graça – as promessas concedidas em Cristo, no qual todas as promessas são o sim e o amém. Mas obviamente os que não são filhos da aliança da graça não têm interesse na mesma, pois não crêem em nenhuma das suas promessas, e nem têm o menor interesse no Mediador dessa aliança.

Portanto, apesar de tudo que os homens possam imaginar ou pretender sobre promessas de salvação, devido suas lutas pessoais e buscas incessantes, deixamos claro e manifesto que qualquer desses esforços ou orações que se façam em relação à religião, será inútil. A não ser que creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum Deus está obrigado a conservá-los fora da condenação eterna.

Então, os homens impenitentes estão detidos nas mãos de Deus por cima do abismo do inferno. Eles merecem o lago de fogo e para ele estão destinados. Deus se acha terrivelmente irritado. Seu furor para com eles é tão grande quanto para com aqueles que já estão agora sofrendo o suplício da fúria de sua ira no inferno. Esses ímpios não fizeram absolutamente nada para abrandar ou diminuir sua cólera, portanto o Senhor não está de modo algum preso a qualquer promessa de livramento, nem por um momento sequer. O diabo espera por eles, o inferno já escancarou a sua boca para tragá-los. O fogo latente em seus corações agrava-se agora querendo explodir. E como continuam sem o menor interesse no Mediador, não existem meios, ao alcance deles, que lhes possa dar segurança. Em suma, eles não têm refúgio e nada onde se segurar. O que os retém a cada instante é a absoluta boa vontade divina e a clemência sem compromisso, sem obrigação, de um Deus enraivecido.

Aplicação

Essa mensagem pode despertar as pessoas não convertidas para o significado do perigo que estão correndo. Isso que vocês escutaram é o caso de todo aquele que não está em Cristo. Esse mundo de tormento, isto é, o lago de enxofre incandescente, está aberto debaixo de vossos pés. Ali se encontra o terrível abismo de chamas que ardem com a fúria de Deus, e o inferno com sua imensa boca escancarada. E vocês não têm onde se apoiarem, nem coisa alguma onde se segurarem. Não existe nada entre vocês e o inferno, senão o ar, e só o poder e o favor de Deus podem vos suster.

Provavelmente vocês não têm consciência dessas coisas, acham que vão conseguir se livrar do inferno, e não vêem nisso tudo a mão de Deus. E olham as coisas ao seu redor, como o bom estado de vossa saúde física, os cuidados que tomam de vossas vidas, e os meios que usam para vossa própria preservação. Mas essas coisas não representam nada. Se Deus retirasse sua mão, elas de nada valeriam para impedir-vos a queda; elas valem tanto como a brisa tênue que tenta sustentar uma pessoa no ar.

Vossas iniqüidades vos fazem pesados como chumbo, pendentes para baixo, pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus permitisse que caíssem vocês afundariam imediatamente, desceriam com a maior rapidez, e mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa saúde, vossos cuidados e prudência, vossos melhores planos, toda a vossa retidão, de nada valeriam para sustentar-vos e conservar-vos fora do inferno. Seria como tentar segurar uma avalancha de pedras com uma teia de aranha. Se não fosse a misericórdia de Deus, a terra não suportaria vocês por um só momento, pois são uma carga para ela. A natureza geme por causa de vocês. A criação foi obrigada a se sujeitar à escravidão, involuntariamente, por causa da vossa corrupção. Não é com prazer que o sol brilha sobre vocês, para que sua luz vos alumie para pecarem e servirem a satanás. A terra não produz de bom grado os seus frutos para satisfazer vossa luxuria. Nem está disposta a servir de palco à exibição de vossas iniqüidades. Não é voluntariamente que o ar alimenta vossos corpos, mantendo viva a chama dos vossos corpos, enquanto vocês gastam a vida servindo os inimigos de Deus. As coisas criadas por Deus são boas e foram feitas para o homem, por meio delas, servisse ao Senhor. Não é com prazer que prestam serviço a outros propósitos, e gemem quando são ultrajadas ao servirem objetivos tão contrários à sua finalidade e natureza. E a própria terra vomitaria vocês se não fosse a mão soberana d'Aquele a quem vocês tanto tem ofendido. Eis aí as nuvens negras da ira de Deus pairando agora sobre vossas cabeças carregadas por uma tempestade ameaçadora, cheia de trovões. Não fosse a mão restringidora do Senhor, elas arrebentariam imediatamente sobre vocês. A misericórdia soberana de Deus, por enquanto, refreia esse vento impetuoso, do contrário ele sobreviria com fúria, vossa destruição ocorreria repentinamente, e vocês seriam como palha dispersada pelo vento.

A ira de Deus é como grandes águas represadas que crescem mais e mais, aumentam de volume, até que encontram uma saída. Quanto mais tempo a correnteza for reprimida, mais rápido e forte será o seu fluxo ao ser liberada. É verdade que até agora ainda não houve um julgamento por vossas obras más. A enchente da vingança de Deus encontra-se represada. Mas, por outro lado, vossa culpa cresce dava dez mais, e dia a dia vocês acumulam mais e mais ira contra si mesmos. As águas estão subindo continuamente, fazendo sua força aumentar mais e mais. Nada, a não ser a misericórdia de Deus, detém as águas, as quais não querem continuar represadas e forçam uma saída. Se Deus retirasse sua mão das comportas, elas se abririam imediatamente e o mar impetuoso da fúria e da ira de Deus iria se precipitar com furor inconcebível, e cairia sobre vocês com poder onipotente. E mesmo que vossa força fosse dez mil vezes maior do que é, sim, dez mil vezes maior do que a força do mais forte e vigoroso diabo do inferno, não valeria nada para resistir ou deter a ira divina.

O arco da ira de Deus já está preparado, e a flecha ajustada ao seu cordel. A justiça aponta a flecha para vosso coração, e estica o arco. E nada, senão a misericórdia de Deus – um Deus irado! – que não se compromete e a nada se obriga, impede que a flecha se embeba agora mesmo do vosso sangue. Assim estão todos vocês que nunca experimentaram uma transformação real em vossos corações pela ação poderosa do Espírito do Senhor em vossas almas – todos vocês que não nasceram de novo, nem foram feitos novas criaturas, ressurgindo da morte do pecado para um estado de luz, e para uma vida nova nunca experimentada antes. Por mais que vocês tenham modificado a conduta em muitas coisas, e tenham possuído simpatias religiosas, e até mantido uma forma pessoal de religião com vossas famílias e em particular, indo à casa do Senhor, sendo até severos quanto a isso, mesmo assim vocês estão nas mãos de um Deus irado. Somente sua misericórdia vos livra de ser, agora, neste momento, tragados pela destruição eterna. Por menos convencidos que vocês estejam agora quanto às verdades ouvidas, no porvir serão plenamente convencidos. Aqueles que já se foram, e que estavam na mesma situação que a vossa, percebem que foi exatamente isso que lhes aconteceu, pois a destruição caiu de repente sobre muitos deles, quando menos esperavam, e quando mais afirmavam vier em paz e segurança. Agora eles vêem que aquelas coisas nas quais puseram sua confiança para obter paz e segurança eram nada mais que uma brisa ligeira e sombras vazias.

O Deus que vos mantém acima do abismo do inferno vos abomina; ele está terrivelmente irritado e seu furor contra vocês queima como fogo. Ele vê vocês como apenas dignos de serem lançados no fogo. E seus olhos são tão puros que não podem tolerar tal visão. Vocês são dez mil vezes mais abomináveis a seus olhos do que é a mais odiosa das serpentes venenosas para olhos humanos. Vocês o têm ofendido infinitamente mais do que qualquer rebelde obstinado ofenderia a um governante. No entanto, nada, a não ser a sua mão, pode impedir-vos de cair no fogo a qualquer momento. O fato de vocês não terem ido para o inferno a noite passada e de terem tido permissão para acordar ainda aqui neste mundo, depois de terem fechado os olhos ontem para dormir, atribui-se ao mesmo favor. Não existe outra razão porque vocês não foram lançados no inferno ao se levantarem pela manhã, a não ser o fato da mão de Deus ter-vos sustentado. E não existe outra razão porque vocês não caiam no inferno neste exato momento.

Oh!, pecador, pense no perigo terrível que se encontra! É sobre uma grande fornalha de furor, sobre um abismo imenso e sem fim, cheio do fogo da ira, que você está pendurado, seguro pela mão de Deus, cujo furor acha-se tão inflamado contra você, como contra muitas pessoas já condenadas no inferno. Você está suspenso por uma linha tênue, com as chamas da cólera divina lampejando à tua volta, prontas para atearem fogo e queimar-te por inteiro. E você continua sem interesse no Mediador, sem nada onde se agarrar para poder se salvar, nada que possa afastar as chamas da cólera divina, nada de teu próprio, nada que tenha feito ou possa vir a fazer, para persuadir o Senhor a poupar tua vida por um minuto sequer. Considere, então, mais detidamente, vários aspectos dessa cólera que te ameaça com tão grande perigo.

1. A quem pertence essa ira? É a ira do Deus infinito. Se fosse somente a ira humana, mesmo a do governante mais poderoso, comparativamente seria considerada como coisa pequena. A ira dos reis é bastante temida, principalmente dos monarcas absolutos, que possuem os bens e as vidas de seus súditos inteiramente sob o seu poder, para serem usados quando bem entenderem. "Como o bramido do leão é o terror do rei; o que lhe provoca a ira peca contra a sua própria vida." (Pv 20.2). O súdito que enfurece este tipo de governante arbitrário, sofre os maiores tormentos que se possa conceber, ou que o poder humano possa infligir. Porém, os maiores principados da terra, em toda a sua grandeza, majestade e poder, mesmo revestidos de seus grandes terrores, não são mais do que vermes débeis e desprezíveis que rastejam no pó, quando comparados com o grande e todo-poderoso criador e rei dos céus e da terra. Mesmo quando estão enraivecidos e sua fúria chega ao máximo, é muito pouco o que podem fazer. Os reis da terra são, perante Deus, como gafanhotos. Valem menos que nada. Tanto o seu amor quanto o seu ódio são desprezíveis. A ira do grande Rei dos reis é muito mais terrível do que a deles, tal como é maior a sua majestade. "Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer". (Lc 12.4-5).

2. É à ferocidade de sua ira que vocês estão expostos. Lemos, com freqüência, sobre a ira de Deus, como por exemplo em Is 58.18. "Segundo as obras deles, assim retribuirá; furor aos seus adversários." E também em Is 66.15 "Porque, eis que o Senhor virá em fogo, e os seus carros como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em chamas de fogo." E assim é em muitos outros lugares da Bíblia. Lemos também em ap 19.15: "... o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso." Essas palavras são incrivelmente aterradoras. Se estivesse escrito apenas a "ira de Deus", isso já nos faria supor algo bastante temível. Mas está escrito "o furor da ira de Deus", ou seja, a fúria de Deus, o furor de Jeová! Oh!, quão terrível deve ser esse furor! Quem pode exprimir ou conceber o que essas palavras contêm? Mas não é apenas isso que está escrito, e sim "o furor da ira do Deus Todo-Poderoso." Essas palavras dão a entender que uma grande manifestação de seu poder onipotente vai acontecer. Através dela ele infligirá aos homens todo o furor de sua ira. Assim como os homens costumam manifestar sua própria força através do furor de sua ira, a onipotência divina irá, da mesma forma, se enfurecer e se manifestar. Então, qual será a conseqüência de tudo isso? O que será do pobre verme que vier a sofrer todo este mal? Que mão serão tão fortes, e que coração conseguirá suportar tanto furor? A que terrível, inexprimível, inconcebível abismo de miséria irá chegar a pobre criatura humana que será vítima disso tudo!

Pensem bem, vocês que estão aqui agora, e que permanecem em estado pecaminoso. O fato de Deus vir a efetivar o furor da sua ira, torna implícito que ele infligirá esse castigo sem compaixão. Quando Deus olhar a indescritível aflição do vosso estado, e vir como vossos tormentos são absolutamente desproporcionais à vossa força, e como vossas pobres almas estão esmagadas, imersas em trevas eternas, não terá compaixão de vocês, não ira deter a execução de sua ira, ou, de forma alguma, tornar mais leve sua mão. Nessa hora Deus não usará de misericórdia para com vocês, nem conterá seu vento impetuoso. Ele não terá consideração para com o vosso bem estar, e nem irá evitar que vocês sofram. Na verdade, fará com que sofram na medida exata que sua rigorosa justiça vier a requerer. Nada será modificado só pelo fato de ser difícil para vocês suportarem. "Pelo que também eu os tratarei com furor; os meus olhos não pouparão, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei." (Ez 8.18). Deus está pronto, agora, a usar de compaixão com vocês. Hoje é o dia da misericórdia. Vocês podem clamar neste instante, e ter esperanças de alcançar sua graça. Mas quando o dia da misericórdia passar, vosso lamento, o pranto mais doloroso, os gritos, serão em vão. No que diz respeito ao vosso bem estar, vocês estarão completamente perdidos e alienados de Deus. O Senhor não terá outra opção senão a de entregar-vos ao sofrimento e à miséria. E vocês continuarão não tendo outra perspectiva, pois serão vasos de ira, preparados para a destruição. Não haverá outro uso qualquer para tais vasos, senão o de enchê-los da ira de Deus. Quando clamarem ao Senhor, ele estará tão longe de consolar-vos que, inclusive, está escrito a este respeito que Deus irá, simplesmente, 'rir e zombar' de vocês (Pv 1.25-26).

Vejam quão terríveis são estas palavras do grande Senhor: "O lagar eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo." (Is 63.3). É quase impossível se conceber palavras que tragam em si uma manifestação maior destas três coisas: desprezo, ódio e fúria de indignação. Se clamarem a Deus por consolo, ele estará longe de querer vir consolar-vos, ou de querer demonstrar-vos interesse ou favor. Ao contrario, o Senhor simplesmente irá esmagar-vos sob seus pés. E apesar de saber que, ao pisotear-vos, vocês não poderão suportar o peso de sua onipotência, ainda assim ele não vai se importar, e irá esmagar-vos debaixo de seus pés, sem piedade, espremendo o vosso sangue e fazendo com que o mesmo espirre longe, manchando suas vestes, maculando seu traje. Ele não só irá odiar-vos, como devotará a vós o maior desprezo. Lugar algum será considerado próprio para vocês, a não ser debaixo de seus pés, para serem pisados como a lama das ruas.

3. A miséria a que vocês estão sujeitos é aquela que Deus vos infligirá, a fim de demonstrar a força da ira do Senhor, Deus tem em seu coração a intenção de mostrar aos anjos e aos homens, não só a excelência do seu amor, como a severidade de seu furor. Às vezes os governantes da terra resolvem mostrar a força de sua ira através de castigos extremos que mandam infligir sobre aqueles que os enfurecem. Nabucodonosor, o poderoso e arrogante rei do império dos caldeus, demonstrou seu furor quando, ao se irritar com Sadraque, Mesaque e Abdenego, ordenou que se acendesse a fornalha de fogo ardente sete vezes mais do que o normal. Como era de se esperar, a fornalha foi aquecida intensamente, até atingir o mais alto grau que poderia produzir. O grande Deus também quer revelar a sua ira, e exaltar sua tremenda majestade e grandioso poder através dos sofrimentos desmedidos de seus amigos. "Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos da ira, preparados para a perdição." (Romanos 9.22). E visto que esse é o seu desígnio e o que ele determinou, ou seja, mostrar quão terrível e ilimitada é a ira, a fúria e a indignação do Senhor, ele o mostrará realmente. Será realizado algo horrendo, muito terrível. Quando o grande e furioso Deus tiver se levantado e executado sua terrível vingança sobre o mísero pecador, e o desgraçado estiver sofrendo o peso e o poder infinito de sua indignação, então Deus chamará o universo inteiro para contemplar a imensa majestade e o tremendo poder que nele existe. "Os povos serão queimados como se queima a cal, como espinhos cortados arderão no fogo." "Ouvi vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que estais perto, reconhecei o meu poder. Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?" (Isaías 33.12-14).

Assim será com vocês que não são convertidos, se permanecerem neste estado. O poder infinito, a majestade e a grandiosidade do Deus onipotente serão exaltados em vocês através da inexprimível força dos tormentos que vos sobrevirão. Vocês serão atormentados na presença dos santos anjos e na presença do Cordeiro. E quando estiverem nesse estado de sofrimento, os gloriosos habitantes do céu sairão para contemplar esse espetáculo horrendo, e verão como é a fúria do Todo-poderoso. E quando virem todas essas coisas, se prostrarão e adorarão seu grande poder e majestade. "E será que de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. Eles sairão, e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne." (Isaías 66.23-24).

4. É uma ira eterna. Já seria algo terrível sobre o furor e a cólera do Deus Todo-poderoso por um momento. Mas vocês terão de sofrê-la por toda a eternidade. Essa intensa e horrenda miséria não terá fim. Ao olhar para o futuro, vocês verão à frente uma interminável eternidade, de duração infinita, que irá devorar vossos pensamentos e assombrar vossas almas. E vocês irão se desesperar, com certeza, por não conseguirem nenhum livramento, termo, alívio ou descanso para tanta dor. Saberão também, que terão de sofrer até à última gota por longos séculos, por milhões e milhões de anos, lutando e pelejando contra essa vingança inclemente e todo-poderosa. Então, depois de passar por tudo isso, quando tantos séculos vos tiverem consumido, saberão que tudo não passa apenas de uma gota d'água quando comparado ao que ainda resta. Portanto, vosso castigo será, com certeza, infinito. Oh!, quem poderia exprimir o estado de uma alma em tais circunstâncias? Tudo o que pudermos dizer sobre o assunto, vai nos dar, apenas, uma débil e frágil visão da realidade. Ela é inexprimível, inconcebível, pois "Quem conhece o poder da ira de Deus?"

Que horrendo é o estado daqueles que diariamente, a cada hora, se encontram em perigo de sofrer tamanha ira e infinita miséria! Mas esse é o caso sinistro de toda alma que ainda não nasceu de novo, por mais moral, austera, sóbria e religiosa que seja. Queira Deus vocês pensassem em todas essas coisas, sejam jovens ou velhos. Há razões de sobra para acreditar que muitos daqueles que ouviram o evangelho certamente estarão expostos a esse tormento por toda a eternidade. Não sabemos quem são eles, nem o que pensam. Pode ser que estejam tranqüilos agora, escutando esta mensagem sem se perturbarem muito, e que estejam até se gabando de que, no caso deles, conseguirão escapar. Se soubéssemos que dentre os nossos conhecidos existe uma pessoa, uma só, sujeita a sofrer tal tormento como seria doloroso para nós encarar o assunto. Se conhecêssemos essa pessoa, sempre que a víssemos uma tal visão seria terrível para nós. Iríamos todos levantar grande choro, e prantear por sua causa. Mas, infelizmente, em vez de uma pessoa só, é provável que muitos se lembrem destas exortações somente no inferno! E inúmeras pessoas podem estar no inferno em breve tempo, antes mesmo do ano terminar. E aqueles que estão agora com saúde, tranqüilos e seguros, podem chegar lá antes do amanhecer. Todos os que dentre vocês continuarem até o fim em estado natural pecaminoso, e que conseguirem ficar fora do inferno por mais tempo, estarão lá também em breve. Sua condenação não tardará; virá de súbito, e provavelmente para muitos de vocês, de maneira repentina. Vocês têm toda razão em se admirarem de não estar ainda no inferno. É o caso, por exemplo, de alguns conhecidos seus, que não mereciam o inferno mais do que vocês e que antes aparentavam ter possibilidade de estarem vivos agora tanto quanto vocês. Para o caso deles já não há esperança. Estão clamando lá em extrema penúria e perfeito desespero. Mas aqui estão vocês, na terra dos vivos, cercados pelos meios de graça, tendo a grande oportunidade de obter a salvação. O que não dariam aquelas pobres almas condenadas, desesperadas, pela oportunidade de viver mais um só dia, como que vocês desfrutam neste momento!

E agora vocês têm uma excelente ocasião. Hoje é o dia em que Cristo abre as portas da misericórdia de par em par, e se coloca de pé clamando e chamando em alta voz aos pobres pecadores. Este é o dia em que muitos estão se reunindo a ele, se apressando em chegar ao reino de Deus. Inúmeros estão vindo diariamente do norte, sul, leste e oeste. Muitos que estavam até bem pouco tempo nas mesmas condições miseráveis que vocês estão felizes agora, com os corações cheios de amor por Aquele que os amou primeiro, e os lavou de seus pecados com seu próprio sangue, regozijando-se na esperança de ver a glória de Deus. Como é terrível ser deixado para trás num dia assim! Ver os outros se banqueteando, enquanto vocês estão penando e se definhando! Ver os outros se regozijando e cantando com alegria no coração, enquanto vocês só têm motivos para prantear por causa do sofrimento de seus corações, e de lamentar por causa das aflições e vossas almas! Como podem vocês descansar por um momento sequer em tal estado de alma? Será que vossas almas não são tão preciosas como as almas daqueles que, dia a dia, estão se juntando ao rebanho de Cristo?

Não existem, porventura, muitos que, apesar de estarem há longo tempo neste mundo, até hoje não nasceram de novo, e por isso são estranhos à comunidade de Israel, e nada têm feito durante a vida, a não ser acumular ira sobre ira para o dia do castigo? Oh! senhores, o caso de vocês é, sem dúvida, extremamente perigoso. A dureza de vossos corações e a vossa culpa são imensas. Acaso vocês não vêem como geralmente pessoas de vossa idade são deixadas para trás na dispensação da misericórdia de Deus? Vocês precisam refletir e despertar de vosso sono, pois jamais poderão suportar a fúria e a ira do Deus infinito. E vocês que são rapazes e moças, irão negligenciar este tempo precioso que desfrutam agora, quando tantos outros jovens de vossa idade estão renunciando às futilidades da juventude e acorrendo céleres a Cristo? Vocês têm neste momento uma oportunidade, mas se a desprezarem, sucederá o mesmo que agora está acontecendo com todos aqueles que gastaram em pecado os dias mais preciosos de sua mocidade, chegando a uma terrível situação de cegueira e insensibilidade. E vocês crianças, que não se converteram ainda, não sabem que estão indo para o inferno onde sofrerão a horrenda ira daquele Deus que agora está encolerizado contra vocês dia e noite? Será que vocês ficarão felizes em ser filhos do diabo, quando tantas outras já se converteram e se tornaram filhos santos e alegres do Rei dos reis?

Queira Deus todos aqueles que ainda estão fora de Cristo, pendentes sobre o abismo do inferno, quer sejam senhoras e senhores idosos, ou pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças, que possam dar ouvidos agora aos chamados da Palavra e da providência de Deus. Este ano aceitável do Senhor que é um dia de grandes misericórdias para alguns, sem dúvida será um dia de extremo castigo para outros. Quando negligenciam suas almas os corações dos homens se endurece, e a sua culpa aumenta rapidamente. Podem estar certos, porém, que agora será como foi nos dias de João Batista. O machado está posto à raiz das árvores; e toda árvore que não produz fruto, deve ser cortada e lançada no fogo.

Portanto, todo aquele que está fora de Cristo, desperte e fuja da ira vindoura. A ira do Deus Todo-poderoso paira agora sobre todos os pecadores. Que cada um fuja de Sodoma: " Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás, nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças ."

“E assim, conhecendo o temor do Senhor, persuadimos aos homens”. “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus”. (II Coríntios 5.11-20; 6.2). “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” . (Isaías 55.6-7). Amém.